A primeira saída com o Jaime, por decisão comum…

Depois de algumas trocas de telefonemas acabámos por combinar ir à sauna na 4ª feira.
O Jaime tinha de trabalhar e eu também.
Acabei por decidir ir para Lisboa mais cedo, para visitar a minha mãe. Sim que isto de vida de swinger não quer dizer que não tenhamos uma vida “normal” de gente anormal. A minha mãe está bastante velhota e vou visitá-la quando posso. Não vou tanto como devia, mas vou sempre que a minha vida mo permite.
Como alterei os planos, começamos uma longa troca de mensagens que se prolongou pelos dias seguintes...
22-2-2012 14:42
Vou agora para Lisboa tenho algumas coisas para tratar
Acabámos por nos desencontrar, o meu telefone tem crises de actividade e sempre nas alturas mais inconvenientes. Fui ver a minha mãe e a senhora que me criou, a quem eu carinhosamente chamo de mãe adoptiva e por quem tenho um carinho muito especial.
O telefone começou a tocar em casa dela e só se calou já quando estava num café a comer qualquer coisa antes de ir para a sauna, pois não deveria comer mais nada durante o resto do dia.
Assim que me sentei, vi o outro telemóvel, e raios partam, não tinha ouvido tocar, estava perdida no meio da segunda circular, na confusão do transito com o telefone de trabalho que não parava.
Liguei-lhe.
Tinha decidido ir comer qualquer coisa ao Saldanha e eu estava em Entrecampos.
Acabou por fazer uma surpresa e foi ter comigo. Foi aqui que conversámos um pouco sobre nós, ainda não tínhamos tido oportunidade. O ambiente da noite com muita gente à volta não se proporciona a conversas privadas, as paredes têm ouvidos e toda a discrição é factor de sucesso. Existem demasiados ouvidos prontos a encontrar um ponto fraco e a divulgar pormenores da vida privada dos outros.
Conversámos um pouco sobre o que fazemos, como somos, mas da minha parte com algum receio pois sei que ele é casado, tem filhos, e não quero de forma nenhuma interferir na sua vida pessoal.
Quem leia estas linhas que não entenda o nosso espírito completamente liberal, vai pensar que isso é impossível, mas na verdade não o é.
Mantenho uma amizade com o Miguel desde à mais dois anos, sem que isso interfira na vida familiar dele, nem na minha.
Como uma vez o Miguel disse, temos a capacidade de amar simultaneamente várias pessoas, por motivos diferentes e se não colocarmos tabus na nossa vida conseguimos ser bem mais felizes sem magoar ninguém.
Se cada um de nós pensar um pouco verá que não é por ter dois filhos que se gosta mais de um que do outro, ou mais do pai do que da mãe ou de um amigo que outro. Cada um tem o seu espaço próprio que devemos respeitar e cuidar. Essa é a essência do meu espírito liberal, gostar e amar cada um no seu próprio espaço, reservando-lhe um bocadinho do coração. Claro que alguns têm direito a espaços maiores e mais importantes, consoante a importância e influência que têm ou tiveram na nossa vida.
A capacidade humana de amar é imensa e devemos aproveitá-la ao máximo para assim podermos tirar o melhor partido da vida e sermos felizes.

Sem comentários:

Enviar um comentário