O argentino telefonou-me ao fim de dois anos…

Mistério, alguma coisa de passava!
Como ficou um amigo no meu coração, acabámos por combinar ir a um clube onde já não ia à bastante tempo. O HCW tem um grande defeito, que não consegue superar a amizade que tenho pelos donos, parece o baile dos bombeiros.
Cada vez que um casal começa a aquecer, começam os singles, como na santa terrinha da minha avozinha, a desapertar a breguilha, babarem-se e baterem punhetas. Como se isso não bastasse ainda tentam entrar no meio da acção, como se não fossem sistematicamente rechaçados.
Torna-se desagradável e incomodativo. Muitos dos meus conhecidos deixaram de frequentar este clube por esse motivo, eu e o Miguel fomos uns deles.
Mas voltando ao motivo que me faz escrever estas linhas, o argentino queria foder com alguém e convenceu-me a ir lá com ele. Sim, porque entre ir dançar umas horas ou dar uma boa duma foda, não há margem para dúvidas!
Já que não havia melhor proposta, encontramo-nos na Fortaleza do Guincho para pôr a escrita em dia, e depois…. HCW.
A Luísa e o Filipe, como de costume estavam lá, bem como muitos outros conhecidos, que já não via à bastante tempo.
Fizeram questão de me apresentar o Ferro.
Pensei eu com os meus botões:
“Mais um single que vai bater uma punheta para me chatear, ainda por cima o Miguel não está comigo para correr com ele.”
Conversei um pouco com um, outro com outro, dancei com o barman, provoquei uns quantos que não se lembravam de mim, e diverti-me.
A certa altura, um grupo de casais com bom aspecto subiu a escada, fui chamar o argentino e subimos também.
Aquece daqui, esfrega dali, acaricia acolá, acabamos por ir uns quatro casais para um dos quartos.
Como sempre a porcaria dos singles do baile a chatear e a serem inconvenientes.
Um dos homens dos casais discutiu com um, pô-lo na linha. Não me tinha apercebido do que tinha acontecido e conhecia mal o casal, mas para single bem que podia ir vender chuchas, levantar é miragem fica de picha caída e nem com um dos meus broches soft que levantam até um morto se pôs de pé.
Descemos…
O Ferro continuava sentado no mesmo sofá, calmo e sossegado. Acabei por lá ir parar também.
Foi assim que conheci alguém que me leva a perder a seriedade e sentir-me eu mesma.
Obrigada Ferro por me voltares a dar a mesma vontade de rir, brincar e provocar que há algum tempo não sentia.

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