Um sábado com mais surpresas ainda

Entre várias peripécias o fim-de-semana incluía um casamento. Durante alguns anos organizei casamentos, vendi artigos para casamentos, explorei uma quinta na margem Sul de Lisboa. Devido ao meu divórcio, foi uma das coisas que abandonei radicalmente. Casamento só se for o dos meus filhos e mesmo assim só se eu não os conseguir demover, ou estiver consciente que nenhum deles vai ter uma relação com o seu parceiro de propriedade e anulação do seu eu. Este é o maior mal de todos os casamentos mal conseguidos.
Aprendi no swing que o sentimento de posse é totalmente despropositado. O casamento deve ser baseado num sentimento de partilha, cumplicidade e satisfação de ambos. Se o casal for capaz de falar, dizer tudo o que lhe vai na alma, não tiver vergonha ou medo das suas atitudes, então é possível que venham a ser felizes, embora não seja um dado adquirido é um óptimo ponto de partida.
Ou seja, vida a quanto obrigas... Lá fui eu às 9:00 para o cabeleireiro, com duas horas de sono mal dormidas e de seguida a correr para o casamento.
Como casamento é algo que me incomoda, e acho que este não tem grande futuro, mandei uma SMS ao Jorge, a perguntar se queria ir ao Clube. Respondeu-me que não sabia ainda se podia. Algum tempo depois mandou-me um SMS a dizer que me ia buscar pelas 23:00, ou seja, tinha a minha noite com um bom programa.
Tinha acabado de combinar com Jorge e recebo uma chamada do António.

"- Upss... eu não posso ir contigo, acabei de combinar ir lá, mas deixa ver se te arranjo companhia..."

Mais um telefonema e consegui encontrar parceira para António. Assim íamos os três e a parceira dele estaria lá à espera. Tudo se compôs, os deuses voltavam a estar do meu lado...
Mas as surpresas da noite não acabam por aqui...
Estávamos nós os três bem entretidos no Clube já que a parceira que tínhamos conseguido para o António era apenas espectadora, quando vejo entrar os CasalJoi. Uns amigos que tinha conhecido algum tempo antes numa festa no Algarve, mas que são de Lisboa.
Estive a falar um pouco e regressei para o pé do Jorge e do António.
Comentamos vagamente quem eram, e de repente o CasalJoi vem ter comigo e pergunta-me se não quero ir com eles para uma festa privada em casa deles.

- Eu, convosco? E vai mais quem?
- Não tínhamos pensado nisso...
- Mas eu estou acompanhada com dois amigos, não vou embora e deixá-los aqui...
- E que tal são eles?
- Cumprem bem os objectivos
- Então eles que venham também.
- Mas tenho de falar com eles antes, não sei se vão querer
- Tens argumentos para os levar, se quiseres...
- Eu???!!!
- Sim, nunca estive contigo, mas sei o que me disseram.
- Mais uma vez o menino Paulo a fazer propaganda, só pode
- Quando a propaganda é boa, não se pode descurar
- Os homens ainda são piores que as velhas cuscas...

(esta parte terá de ler no livro.... Publicação em Março 2016)

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