Sábado em Cap d’Agde

Acordei mais cedo como é meu hábito, levantei-me sem fazer barulho, ou pelo menos tentei, andei à procura de alguma coisa para fazer, mas não tinha nada que me apetecesse. Tinha levado um livro, mas não me apetecia ler. Resolvi vestir os meus calções e ir comprar o pão. Podia aproveitar para espreitar algumas lojas enquanto o Jorge dormia.
Saí do apartamento, em direcção a Port Ambonne, à procura do pão e talvez alguma coisa para vestir. E quem sabe se não encontraria as tais botas tão desejadas.
Antes de comprar o pão fui a uma papelaria comprar um livro de sudoku, assim já podia entreter-me de manhã ou na praia, se me apetecesse.
Vi um top muito giro, mas não era para o meu corpo. Entrei numa loja à procura de botas. Experimentei duas ou três. Gostei dumas delas. Pedi para mas guardarem até ao fim do dia, queria a opinião do Jorge. Fui comprar o pão e levantar dinheiro. Estávamos a precisar de repor o nosso fundo comum.
Continuei em direcção ao apartamento, mas desta vez por outro caminho. Por esse lado havia mais lojas. Mais uma vez, à procura das botas ou de qualquer outra coisa que me agradasse. Afinal ainda tinha duas ou três noites e não tinha muito que vestir.
Desta vez encontrei mais umas botas, gostava mais, eram mais baratas, ficavam-me melhor. Mais uma vez pedi para as guardarem. Faltava uma opinião.
Regressei ao apartamento, abri a janela e fui para a varanda. Os apartamentos ao lado do nosso estavam todos vazios. Era sábado, dia de mudança de inquilinos. Em Cap, os apartamentos são normalmente alugados de sábado a sábado. Não era o nosso caso, o nosso amigo gere o apartamento consoante os vários amigos conseguem ocupá-lo. Este ano, devido à crise vários apartamentos estavam vagos e as imobiliárias preferiam alugar por períodos mais curtos, que tê-los vazios.
Sentei-me a saborear o fresco da manhã e a fazer Sudokus. O Sol não batia ainda a esta hora na nossa varanda, já era perto do meio-dia, estava um dia de Sol maravilhoso. Soubemos depois que só na 5ª feira, dia em que tínhamos chegado o tempo tinha melhorado, as semanas anteriores tinham sido de mau tempo, com chuva inclusive. Mais uma vez os deuses colaboraram connosco, desta vez acho eu que foi S. Pedro.
Senti a porta da varanda abrir algum tempo depois. Jorge tinha acordado. Afinal não dorme assim tanto como tinha dito. Umas seis ou sete horas chegam para começar o dia com boa disposição.
Conversámos um pouco sobre o que íamos fazer. Com a fruta, os iogurtes, o leite e umas bolachas tínhamos o problema da praia resolvido, desde que tomássemos um bom pequeno-almoço. Perguntei-lhe onde se podia comprar pão ali ao pé.
Preparámos o pequeno-almoço, cereais para ele com leite, para mim com iogurte, café e o resto das madalenas do dia anterior.
Estávamos prontos para iniciar o nosso segundo dia de férias.
Como se tornou hábito, eu levava a toalha ao ombro, pareo, as minhas fabulosas chinelas e a mochila com a comida, ele, o chapéu-de-sol, a toalha, sapatos e o dinheiro. Uma distribuição equilibrada. Mas aqui tive uma surpresa. A minha toalha? Onde estava? Pois, compras com tralha às costas é o que dá. Tinha-a perdido no dia anterior.
Ou seja da minha roupa de Portugal, já não restava nada a uso. Pelo menos eu acho que não.
Hoje com um pouco mais de calma e muito menos ansiedade da minha parte, pusemo-nos a caminho da “Baie des Cochons”. Parámos pelo caminho meia dúzia de vezes, além do nosso café. Pois, eu comecei a querer ver as várias lojas de roupa, precisava de alguma coisa para vestir à noite. Não estava a gostar de nada do que tinha trazido de Portugal.
Vi um conjunto que me agradou muito, mas ainda não era a hora.
Mas precisava era mesmo de uma toalha para a praia, mas nada de especial, afinal as toalhas normais são muito quentes e pesadas e desde à muito tempo que andava à procura de uma bem leve e fresca e nunca tinha encontrado. Primeira loja, nada de jeito. Segunda loja, a mesma coisa, olhei para a varanda do piso superior, um monte enorme de toalhas de praia. Fui ver. Nem mais serviam perfeitamente.
(esta parte terá de ler no livro.... Publicação em Março 2016)

- L’Alemagne va ataquer! Qui est le défenseur?
- Portugal!
- Qui va gagner? Jái une bonne arme!
- Mon copain a également une, il va me protéger!!

E assim começou uma troca entre nós e um casal alemão.
(esta parte terá de ler no livro.... Publicação em Março 2016)

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